Já perdida no tempo a sua origem, muito muito antes da caixinha que revolucionou o mundo e continua a revolucionar, como forma de entreter o povo, “Apregoava-se o Burro” na noite anterior ao Carnaval.
Em Óbidos recuperou-se a velha tradição. Através de cantigas de Escárnio e mal dizer, antigamente por improviso, divide-se o animal pelos habitantes da terra e por meio de um funil debitava-se em alto e bom som lá do cimo do cabeço para que toda a gente bem ouvisse. Era de tal modo corrosivo que o apregoador tinha de disfarçar a voz, os colegas da pândega tinham de estar a atentos pois a qualquer momento um dos visados poderia responder a tiro, o que se relata varias vezes nos tempos.
Agora escrevem-se, registam-se para posterior história, a essência mantêm-se com as quadras a relembrarem os assuntos, uns caricatos, outros mais sérios, mas que sempre incomodam os visados. Abandonou-se o insulto, a provocação está nas entrelinhas para descobrir, quando mais tarde se reler os textos.
Optou-se também por introduzir alcunhas, nomes antigos das famílias e dos locais onde habitam, trabalho apoiado nos relatos dos mais velhos e na “Monografia de Óbidos” da Professora Madalena que aqui transcrevo a sua versão no trecho dedicado ao “Burro”
Diz o seguinte:
“Em tempos idos, dentro da quadra carnavalesca, houve o “Apregoar do Burro”, que não agradava, pois leviana e irreflectidamente, muitas vezes, ao destinarem as peças ou pezas do Burro, faziam-no em termos mordazes e ofensivos.
O fim era distribuir um Burro, que casualmente tivesse morrido durante o ano, pelas pessoas do lugar. Por isso é que, quando isso acontecia, (morrer algum), o dono procurava sempre encobrir o facto. Faziam à noite, ou no Cabeço ou na Alagada. Cada componente do grupo fazia a sua quadra, e dizia-a em voz alta, de modo a todos a ouvirem. A isto é que chamavam”Apregoar do Burro”. Passou à história, com agrado de todos.
in monografia de Óbidos”
Diria mais:
- Voltou à história, para agrado de muitos, embora não a contento de todos! Ahahahhahah…
Aqui vai um cheirinho:
“Direcção da associação
À rapaziada desta Direcção
A última rima sai lentamente
Levam com o bergalhudo do marrão
Até ficarem com o corpo todo dormente”
E a finalizar:
“O convite que aqui vos renovo
Fica para o próximo 12º mês
Boa noite nobre povo
Que em 2010, a festa já se fez”
Assim como este artigo!...
Em Óbidos recuperou-se a velha tradição. Através de cantigas de Escárnio e mal dizer, antigamente por improviso, divide-se o animal pelos habitantes da terra e por meio de um funil debitava-se em alto e bom som lá do cimo do cabeço para que toda a gente bem ouvisse. Era de tal modo corrosivo que o apregoador tinha de disfarçar a voz, os colegas da pândega tinham de estar a atentos pois a qualquer momento um dos visados poderia responder a tiro, o que se relata varias vezes nos tempos.
Agora escrevem-se, registam-se para posterior história, a essência mantêm-se com as quadras a relembrarem os assuntos, uns caricatos, outros mais sérios, mas que sempre incomodam os visados. Abandonou-se o insulto, a provocação está nas entrelinhas para descobrir, quando mais tarde se reler os textos.
Optou-se também por introduzir alcunhas, nomes antigos das famílias e dos locais onde habitam, trabalho apoiado nos relatos dos mais velhos e na “Monografia de Óbidos” da Professora Madalena que aqui transcrevo a sua versão no trecho dedicado ao “Burro”
Diz o seguinte:
“Em tempos idos, dentro da quadra carnavalesca, houve o “Apregoar do Burro”, que não agradava, pois leviana e irreflectidamente, muitas vezes, ao destinarem as peças ou pezas do Burro, faziam-no em termos mordazes e ofensivos.
O fim era distribuir um Burro, que casualmente tivesse morrido durante o ano, pelas pessoas do lugar. Por isso é que, quando isso acontecia, (morrer algum), o dono procurava sempre encobrir o facto. Faziam à noite, ou no Cabeço ou na Alagada. Cada componente do grupo fazia a sua quadra, e dizia-a em voz alta, de modo a todos a ouvirem. A isto é que chamavam”Apregoar do Burro”. Passou à história, com agrado de todos.
in monografia de Óbidos”
Diria mais:
- Voltou à história, para agrado de muitos, embora não a contento de todos! Ahahahhahah…
Aqui vai um cheirinho:
“Direcção da associação
À rapaziada desta Direcção
A última rima sai lentamente
Levam com o bergalhudo do marrão
Até ficarem com o corpo todo dormente”
E a finalizar:
“O convite que aqui vos renovo
Fica para o próximo 12º mês
Boa noite nobre povo
Que em 2010, a festa já se fez”
Assim como este artigo!...
Sem comentários:
Enviar um comentário